segunda-feira, 7 de junho de 2010

Sistemas ERP, modelo de gestão em pacotes. Escolha o seu!

Evidentemente, é inquestionável o papel dos sistemas de gerenciamento integrados (ERP) ao redor do mundo e este artigo não contraria este consenso quase universal, todavia, sou cético quanto a unanimidades e acredito fortemente que estas devem ser periodicamente questionadas para que se tornem auto-explicativas quanto aos seus benefícios, esgueirando-se dos constantes modismos presentes na tecnologia da informação e comunicação. Com este intuito, este artigo levanta a polêmica questão: Tudo no ERP, verdade ou mentira universal?

Organizações têm se mobilizado ao redor do globo na tentativa de reter o máximo do conhecimento organizacional em um único banco de dados: o ERP, uma louvável iniciativa, não fosse o fato de que estas decisões são realizadas intuitivamente, corriqueiramente motivadas por algo que em determinado momento histórico tornou-se verdade universal constituindo portanto, mais um paradigma para ser quebrado no futuro, pois é "são efeitos da evolução".

A imensa quantidade de módulos disponíveis nos pacotes ERP´s ludicamente parodiam políticos em período de eleição prometendo soluções para todos os problemas do mundo, implementações que variam desde o tradicional "contas a pagar", já sem tanta importância em meio a tanta novidade, até motores para gerenciamento por processo com workflows desenhados em singelos ambientes enriquecidos por nomes cuja pronúncia e tão complexa que sob olhares fascinados demonstram claramente a importância de obter este produto bem depressa e sem demora.

Apesar do tom irônico, este cenário representa a realidade de muitas organizações, realidade que dia após dia impõe novas mudanças conceituais no cerne dos processos empresariais modelados sob a égide da experiência, compromisso, valores empresariais e que outrora serão preteridos, em busca da adequação destes conceitos ao bom funcionamento de um aplicativo (ERP). Mas, e ai? Pergunto, se todas as organizações utilizam modelos de gerenciamento similares, de onde surgirão as novas vantagens competitivas?

Como um automóvel parado na estrada em frente a uma bifurcação, este momento obriga os gestores a tomar uma decisão: de um lado, manter o modelo particular de trabalho que fora conquistado com base na experiência, que apesar da pouco ou nenhuma documentação, são por certo o resultado de erros e acertos do passado, ou opta-se, com adaptações, ao modelo que "Hammer e Champy" definiram por "Reengenharia", neste contexto, significa que a organização remodelará seus processos em função do modelo de negócio embalado em uma bela caixa de presentes. Uma difícil decisão.

O bom censo deve prevalecer, as organizações precisam entender que ao adquirir um software ERP ou sistema integrado de gestão, estão optando por um modelo de negócio pronto e empacotado, que naturalmente estará distante das nuances internas ou mesmo dos modelos de trabalho de cada organização. Deste modo, é preciso analisar cada solução do mercado buscando dentre elas a que menos se diferencie da realidade interna da organização, para então iniciar uma nova empreitada.

A customização, conhecidamente o terror das organizações, consiste basicamente em alterar o software (ERP) original em prol do atendimento a requisitos e especificidades do negócio, de modo quase utópico, sugere a relação: quanto mais similar aos processos for à solução ERP, menos customizações ocorrerão.

Objetivando tal pensamento, entendo que todo projeto de implantação de uma solução ERP deve invariavelmente ser precedido pelo mapeamento e análise detalhada de processos que posteriormente serão confrontados com a solução, desta estratégia surgirão às necessidades primárias de customização, entretanto, para ser efetivo, deve ser um trabalho realizado a quatro mãos, corpo técnico e gerentes de processos devem trabalhar conjuntamente sob o claro conhecimento e empenho da esfera diretora, a fim de dar a devida visibilidade em concordância com sua natureza puramente estratégica.

Não há caminhos fáceis ou atalhos nesta empreitada, é preciso clareza e objetividade conquistadas através do entendimento claro do negócio e sua razão de existir, é preciso bom censo para tratar a solução integrada ERP como mais uma ferramenta dentro da organização, e esta, devem ter um papel bem definido no contexto organizacional.

Sistemas integrados de gestão vêm promovendo ao longo dos anos níveis de integrações impensados, analogamente, é preciso observar que diferenciais competitivos advêm da expectativa de algo novo, vivemos em um mundo de convergências e padrões e esta nova racionalidade torna-se um convite a pensar, reavaliar as soluções de TI através dos olhos da continuidade, mas mantendo acessa a chama da inovação, que nos torna tão diferentes mesmo quando só observamos semelhanças.


Pense nisso!

Abraço

Edson Motta, PMP®, MBA, ITIL®
Consultor Sênior, Especialista Gestão da Informação,
Analista Business Intelligence, Integrações ETL,
Gerente de Projetos, BPM Consultant OMG,
ITIL Certificate.
edson.motta@sphera-ti.com.br
www.sphera-ti.com.br

Nenhum comentário: